Histórias Ilustradas
Contar histórias significa abrir as portas da imaginação para a exploração de mundos fantásticos onde nada é impossível. Mas, e se em vez de usar somente palavras, o contador usasse também a linguagem do desenho, criando ilustrações na hora, ao vivo, para narrar incríveis histórias da cultura popular?
Essa é a proposta do ilustrador Fábio Sgroi que, por meio de uma performance criativa e bem humorada, conta suas histórias de um jeito diferente, por meio de desenhos feitos na hora, diante dos olhos encantados da platéia. Com a colaboração do público que opina, dá sugestões e ajuda a imaginar os personagens e lugares onde a história se desenrola, o ilustrador vai desenhando e construindo a narrativa, resultando numa nova história baseada no conto popular original, fazendo valer o ditado de "quem conta um conto, aumenta um ponto". No final, além
da satisfação de ter participado da criação de um conto ilustrado ao vivo, a platéia sai com a certeza de que uma imagem vale mesmo mais do que mil palavras.
Após a contação, é hora do bate-papo. O ilustrador conversa sobre diversas técnicas de ilustração utilizadas em livros de literatura e sobre o processo de se criar imagens a partir de um texto, tudo exemplificado por meio da exposição de esboços e artes de livros publicados.
Duração
60 minutos
Objetivos
- Narrar uma história por meio de ilustrações criadas na hora, ao vivo, com a ajuda da platéia.
- Proporcionar ao público a experiência de participar da criação de imagens narrativas.
- Explorar e desenvolver o potencial criativo dos participantes por meio da livre expressão artística do desenho.
- Despertar os olhos e as idéias para a leitura do mundo por meio de imagens, que é a linguagem principal utilizada pelos meios de comunicação.
- Estimular e desenvolver o potencial criativo dos participantes.
- Mostrar o processo de ilustrar um livro por meio da exposição de casos em que se pode observar os esboços, as mudanças sugeridas pelo editor, a finalização e o resultado impresso em papel.
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Todas as idades
Livro Maluco
Criar com os participantes uma história ilustrada coletiva. A idéia é explorar não apenas as questões textuais e estéticas do livro ilustrado, mas, principalmente, a questão da criatividade coletiva e da livre expressão artística enquanto meio de expor idéias e dialogar com outras pessoas.
Duração
2 horas
Conteúdo
- O artista irá propor o início de uma história, dizendo: “Era uma vez...”. Então, a palavra será dada para cada participante, que vai complementando o que o colega disse anteriormente, formando uma história.
- Concluída esta etapa de construção da história (o texto), cada participante será convidado a ilustrar, numa folha de papel, o trecho que criou, isto é, cada participante será responsável pelo texto e ilustração de uma página de um grande livro.
- As páginas produzidas serão emendadas umas nas outras, formando uma “sanfona”, que será dobrada e acomodada dentro de uma capa. Para ler o Livro maluco, é necessário contar com a ajuda de todos para desdobrar a sanfona e apreciar a sequencia narrativa gigante que resulta da contribuição de cada participante.
- Esta oficina estimula o trabalho em conjunto, desenvolve a criatividade e estimula a curiosidade ao propor uma maneira diferente e divertida de criar um livro ilustrado.
Ensino Médio, EJA e Adultos
Quem conta um conto aumenta um ponto
A cultura popular manifesta-se na sociedade pelas mais variadas formas. Uma delas é a literatura, que herdou da tradição oral a função de veículo de histórias fantásticas e mitos que transmitem idéias, lições, valores e aprendizados. Antes, em reuniões familiares ou entre amigos, contavam-se histórias ao pé do fogo ou nas varandas na boca da noite. Mas estes hábitos perderam-se nos tempos modernos de hoje em função de fartas opções de entretenimento como TV, internet e smartphones. As histórias, porém, resistem ao tem- po e permanecem conosco, independente da classe social, região ou situação econômica, constituindo a verdadeira riqueza interior do povo. Registrá-las consiste em um exercício necessário para que as novas gerações compreendam melhor seu país por meio de suas histórias e mitos que, no fundo, são universais, mas com temperos locais, roupagens que as adaptam à nossa realidade, aos nossos costumes e tradições.
Justificativa
Muitas histórias se perderam por não terem sido registradas, tal como aconteceu com a maioria dos povos indígenas, que possuíam vasta tradição oral. Escrever torna-se uma função de preservação do patrimônio oral ao se registrar histórias antes passadas somente no boca-a-boca. E engana-se quem acha que uma história ou mito é único. Cada região confere seu tempero local, sua adaptação particular, assimilando e “traduzindo” para a sua realidade. Assim, o mesmo lobisomem que assombra uma cidade, por exemplo, pode adquirir novas nuanças ou até grandes diferenças ao ser narrado em uma cidade vizinha. Esta oficina propõe registrar os depoimentos dos participantes, incentivando-os a narrar de forma literária, por meio de prosa ou poesia escrita, histórias fantásticas que tenham ouvido de familiares, vizinhos e amigos, compondo um livro que se constituirá de uma história criada comunitariamente. Partindo do ditado “quem conta um conto aumenta um ponto”, todos os participantes contribuirão com a criação de uma história com texto em linguagem de prosa poética e com ilustrações, sendo que cada participante criará o texto e a ilustração de uma página. O artista incitará um participante a iniciar a narração de uma história folclórica que ele tenha ouvido de algum parente, vizinho, etc; este passa a palavra para o seguinte, que complementa a história e assim sucessivamente, até que todos tenham contribuído. Então, cada um passa a confeccionar, em forma de texto e ilustração, uma página do livro (contendo o trecho que contribuiu na história), desenvolvendo melhor, em forma de texto, o que foi falado e materializando em imagem. Ao final, as páginas serão unidas e formarão um livro coletivo, evocando o princípio de que o mito popular não tem um único autor, é uma obra da coletividade, muitas vezes sem pé nem cabeça, mas portador de idéias, valores e sabedorias.
Carga horária
6 horas (2 encontros de 3 horas)
Pré-requisito
Não é exigido pré-requisito para esta oficina. No máximo, pede-se que os participantes sejam interessados pelo tema “cultura popular”, “literatura” e “ilustração de livros”.
Conteúdo programático:
Encontro 1
- Apresentação da proposta
- Breve explanação sobre o trabalho de coleta de histórias feito por Luis da Câmara
- Cascudo e sua contribuição para a preservação das histórias e mitos tradicionais por
- meio da literatura
- Contação de causo: o artista irá dispor a classe numa roda e incentivará um participante a contar o início de uma história folclórica que ele tenha ouvido de algum parente, vizinho, etc; este passa a palavra para o seguinte, que complementa a história e assim sucessivamente, até que todos tenham contribuído.
- Registro do causo: com o auxílio do artista, os participantes irão registrar numa folha o trecho da história que contou. Neste momento, o relato pode ser burilado, melhorado, atentando para questões como estrutura do texto, começo, meio e fim, personagens e, em especial, a forma: o texto poderá ser narrado como prosa ou poesia, evocando a tradição do texto em cordel.
Encontro 2
- Conclusão da parte textual
- Registro ilustrado do causo: com o auxílio do artista, os participantes irão ilustrar
- numa folha o causo que escreveram.
- Construção do livro: com o auxílio do artista, os participantes irão emendar com
- durex transparente as páginas que confeccionaram umas nas outras, formando um
- livro enorme.
- Conclusão e exposição: o livro pronto será exposto na parede. Neste momento, o artista encerrará com as conclusões finais do processo. O livro poderá permanecer na escola, na biblioteca, como fonte de consulta de histórias daquele bairro, cidade ou região.
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